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Home Office – O retorno

Consultoria estratégica em gestão

Home Office – O retorno

Convém considerar em que regime de trabalho a empresa deverá operar ao final da pandemia. Funcionários em trabalho remoto? No escritório? Alguns lá e outros cá? Flexibilização, para determinadas funções, entre presencial e remoto? O que determinará essa composição?

Pesquisas indicam que a maioria dos colaboradores entendem ser importante que as empresas incentivem a flexibilidade.

Por outro lado, a avaliação criteriosa das atividades de cada cargo ou função, da real economia em custos e de qual é o papel do local de trabalho para a organização é que devem nortear esse tipo de decisão.

Estudos apontam sensível mudança na cultura do home office, dada a percepção do trabalhador de que sua produtividade não se altera, chegando mesmo a aumentar nessas circunstâncias.

Percepção dos colaboradores

Segundo a pesquisa Citrix “Workquake: The New Work Order”, 29% dos respondentes se percebem igualmente e 57% mais produtivos trabalhando em casa.

Nesse contexto, verifica-se que quase metade (44%) dos entrevistados precisaram usar seu tempo com mais eficiência, de forma a atender outras tarefas inerentes a quem se encontra em casa, mas também àquelas vinculadas à pandemia (cuidar de filhos, tarefas antes desempenhadas por empregados domésticos, etc.). Uma possível explicação para que a as duas percepções coexistam é a economia de tempo gerada por não serem mais necessários os deslocamentos ao trabalho.

Certamente, e independentemente de como a composição home office / presencial se estabelecerá, o movimento feito no sentido de agregar tecnologia ao trabalho dos colaboradores, mesmo em empresas que não primavam por esse elemento, será irreversível e definitivo. Destaca-se que 69% dos entrevistados entendem que, após a pandemia, o home office rivalizará com o escritório em termos de capacidade e acessibilidade tecnológica.

Da mesma forma com a concessão de liberdade para dispor de seu próprio tempo da forma mais conveniente e com o estímulo ao planejamento mais flexível do seu dia.

Já a pesquisa “Covid-19 Consumer Study”, do IBM Institute for Business Value (IBV), mostrou que o trabalho remoto agradou à grande maioria dos profissionais brasileiros, pois identificou que 52% desejam continuar trabalhando apenas remotamente ou presencialmente apenas ocasionalmente. Há 25% que preferem voltar ao trabalho presencial, mas querem poder trabalhar em casa de forma ocasional. Somente 10% gostariam de trabalhar exclusivamente no escritório.

Ainda nesse estudo, emergiu a expectativa em relação à transparência e à flexibilidade das empresas. Cerca de 87% dos entrevistados acredita que é preciso comunicação clara sobre as condições sanitárias adequadas no local de trabalho presencial. E 86% gostariam que o teste de Covid-19 fosse estendido a todos os funcionários.

E a segurança, como fica?

Um dado preocupante da pesquisa Citrix é que 39% das pessoas ouvidas estão usando, no trabalho remoto, aplicativos, softwares ou dispositivos não homologados pela organização que os emprega ou que tenham mesmo sido formalmente proibidos pelas suas chefias ou equipes de TI. Cerca de metade destas pessoas estão usando aplicativos de mensagens instantâneas, de videoconferência, seus dispositivos pessoais e mídias sociais.

Esse cenário obrigará um esforço, por parte das organizações, no sentido de estabelecerem e formalizarem políticas que garantam a segurança e sigilo dos dados no trabalho remoto, de forma a fazer prevalecer a confidencialidade das suas informações.

Desejo e realidade

Os dados acima oferecem informações acerca das impressões e preferências dos funcionários em relação a ambientes de trabalho presencial e remoto. No entanto, para balizar as decisões das empresas no momento de organizar essa composição, outros elementos devem, necessariamente, ser levados em conta.

Evidentemente, determinadas funções prescindem da presença do colaborador para serem desempenhadas, outras não. Cabe às organizações avaliarem este primeiro filtro ao trabalho remoto.

Outra vertente é a dos custos envolvidos com cada modelo. De um lado, economias com espaço físico e seus desdobramentos, e com subsídios diversos aos empregados, etc. De outro, por exemplo, o investimento em tecnologia adequada de equipamentos de uso individual, de transmissão de dados e sua segurança, assim como nos controles de produtividade.

Há, ainda, uma questão cultural a ser levada em conta. Em que pese o senso comum de que o home office, mesmo parcial, é uma tendência inexorável, muitas organizações terão maior dificuldade em implementá-lo, demandando um processo de adequação mais longo.

Mauricio Prieto – sócio-diretor da Synerhgon

Este artigo foi originalmente publicado no site Modais em Foco